Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2018. Eugenia sobraliana (Myrtaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), com ocorrência no estado: ESPÍRITO SANTO, município de Colatina (Demuner 2583), Dores do Rio Preto (Luber 55), Nova Venécia (Assis 2358).
Árvore de até 4 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Foi coletada em Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Floresta Estacional Semidecidual e Vegetação sobre afloramentos rochosos no estado do Espírito Santo, municípios de Colatina, Dores do Rio Preto e Nova Venécia. Apresenta distribuição restrita, EOO=2886 km² e três situações de ameaça. Sabe-se que somente cerca de 12,4% de vegetação original ainda resiste na Mata Atlântica brasileira. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Adcionalmente, os ecossistemas florestais capixabas encontram-se fragmentados como resultado de atividades antrópicas realizadas no passado e atualmente, restando somente 12,6% de remanescentes florestais originais (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Esse processo acelerou-se significativamente em função do cultivo do café e do ciclo de exploração de madeira, que perdurou por mais de meio século (Thomaz, 2010). Os municípios em que a espécie foi documentada sofrem com a perda de habitat para o estabelecimento de pastagens, florestas plantadas (Lapig, 2018), mineração (Porembski et al., 1998) e pelo crescimento urbano acelerado (CEPF, 2001), restando atualmente entre 5,7% e 19,1% da Mata Atlântica original que cobria seus territórios (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018).(SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Mesmo ocorrendo dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral, E. sobraliana foi considerada Em Perigo (EN) de extinção. Infere-se declínio contínuo em EOO e qualidade e extensão de habitat. Recomenda-se ações de pesquisa (distribuição, censo, números e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir a perpetuação desta espécie no futuro.
Descrita em: Phytotaxa 163(2): 117. 2014.
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1 Residential & commercial development | mature individuals,habitat | past,present,future | national | very high |
Perda de habitat como conseqüência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2 Agriculture & aquaculture | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
A Mata Atlântica, que no início da colonização do solo capixaba, originalmente cobria quase 90% do seu território, foi sendo reduzida durante sucessivos ciclos econômicos. Esse processo acelerou-se significativamente em função do cultivo do café e de um ciclo de exploração de madeira que perdurou por mais de meio século (Thomaz, 2010). Os municípios de Dores do Rio Preto e Nova Venécia (ES), respectivamente, com cerca de 15.930 ha e 144.9160 ha, contém 28,6% e 44,7% de seus territórios convertidos em pastagens (Lapig, 2018). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.2 Wood & pulp plantations | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
As florestas plantadas de Eucalyptus spp. estão distribuídas estrategicamente, em sua maioria, nos estados de Minas Gerais, com maior área plantada, São Paulo, Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Sul (Baesso et al., 2010). Segundo Siqueira et al. (2004) a partir da criação de programas de extensão e fomento florestal do governo e de empresas privadas na década de 1990 iniciou-se a ocupação de extensas áreas com plantios homogêneos, principalmente Eucalyptus e Pinus no estado do Espírito Santo. O Estado possui cerca de 35% de sua área com aptidão preferencial para a atividade florestal, apresentando os maiores índices mundiais de produtividade de Eucalyptus (Siqueira et al., 2004). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 5.3 Logging & wood harvesting | habitat,mature individuals | past,present,future | national | very high |
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontram-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Municípios como Colatina, Dores do Rio Preto e Nova Venécia (ES)apresentam cerca de 6,4%, 19,1% e 5,7% da Mata Atlântica original que cobria seus territórios (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 3.2 Mining & quarrying | mature individuals,habitat | past,present,future | national | high |
Afloramentos graníticos também estão sofrendo um conjunto particular de ameaças, incluindo exploração de pedreiras, mineração e invasões biológicas (Porembski, 1998; Forzza et al., 2003; Martinelli, 2007), que reforçam a necessidade de proteção dos inselbergs e de sua biodiversidade, especialmente como resultado dos altos níveis de endemismo (Porembski, 1998; Martinelli, 2007). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1 Land/water protection | on going |
A espécie foi registrada no Parque Nacional do Caparaó (Luber 55), na Área de Proteção Ambiental Pedra do Elefante (Assis 2358). |
Uso | Proveniência | Recurso |
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Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |